segunda-feira, 14 de julho de 2014

Arte


ARTE

Qual fluido que vai e vem,

É inspiração que não se retém,

É folha caindo cálida no chão;

D’árvore desprendida ventos levaram.

É pupila dilatada de um artista,

É alma de um místico;

É folha, espírito, vista,

Poema, música, plástica de um mito.

É sangue que jorra e rega,

É cicatriz aberta e magoada,

Ferida dilacerante e minante.

Vísceras vertendo, artérias estourando,

Olhos, ouvido e boca rasgando

Para o grito ensurdecedor.

Cego, fúnebre e lúgubre,

Ébrio e suave;

Cálido e célere na queda;

No repouso, no choro.

Arte é vida, é parto,

Sorriso, lágrima;

Lágrima sorridente,

Sorriso lacrimejante.

13.06.99

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