Como a chuva
quais lágrimas abundantes
Do eterno céu
que chora, chorava o tempo
Junto à
minh’alma em pranto.
O vidro da
janela, fosco, ver a terra,
Em lama
disforme não me permitira.
Ter que pano
nela deslizar,
Fui obrigado a
suave passar.
Neste gesto
questionei-me se agradaria
Ver como é lá
fora em tempos gélidos.
Quantas gotas
inocentes se juntam!
Impetuosas
ocupam o espaço onde brincava
E só,
disforme, destrói solitária.
Assim é o
inverno que em casa me aprisiona,
Assim é a
chuva que lavar não lava
E ferir me
fere.
Lembro a meiga
brisa
Quando a face
minha refrescava
Do sul
rompendo os troncos da floresta
Ao meu lado
acompanhava.
Gota a gota me
tocava
Deslizante
carícia,
... eu sorria.
De repente
bravio me empurra o vento
Fera indomável
do nada saído.
Banha-me a
chuva...
Congela-me o
frio...
Aprisiona-me o
tempo.
Ó natureza,
que mal ti fiz?
Teu amigo ser
eu sempre quis.
Adeilton, 1995
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