domingo, 13 de julho de 2014

O INVERNO CHEGOU

O INVERNO CHEGOU

Como a chuva quais lágrimas abundantes
Do eterno céu que chora, chorava o tempo
Junto à minh’alma em pranto.
O vidro da janela, fosco, ver a terra,
Em lama disforme não me permitira.
Ter que pano nela deslizar,
Fui obrigado a suave passar.
Neste gesto questionei-me se agradaria
Ver como é lá fora em tempos gélidos.
Quantas gotas inocentes se juntam!
Impetuosas ocupam o espaço onde brincava
E só, disforme, destrói solitária.
Assim é o inverno que em casa me aprisiona,
Assim é a chuva que lavar não lava
E ferir me fere.
Lembro a meiga brisa
Quando a face minha refrescava
Do sul rompendo os troncos da floresta
Ao meu lado acompanhava.
Gota a gota me tocava
Deslizante carícia,
... eu sorria.
De repente bravio me empurra o vento
Fera indomável do nada saído.
Banha-me a chuva...
Congela-me o frio...
Aprisiona-me o tempo.
Ó natureza, que mal ti fiz?
Teu amigo ser eu sempre quis.

Adeilton, 1995

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