PODE SE MEDIR O AMOR?
Com quanto amor a
Virgem em pano meu bom mestre deitou,
E pela última vez lhe
divisou?
Com quanto amor cada
saliência da gruta não percebeu,
E todas as suas
formas sorveu?
Com quanto amor
aproximou-se do leito de repouso sombrio,
Daquele divino e
humanamente desfigurado corpanzil?
Com quanto amor não
lhe tocou a carne pela derradeira vez,
Antes de depositá-lo
no sacrário da esperança, assim o fez?
Em quanto amor nos
transformaremos no lugar em que o Verbo se calou?
Em quanto amor pode
se converter quem silenciou?
Até onde pode
alcanças o silêncio eloquente do Cristo sepultado?
Neste lugar sei que
quero ser, onde meu Cristo houvera repousado!
Quero refugiar-me
naquele que aqui dentro veio sepultar-se.
Quero chorar com os
santos esta saudade e com eles este retorno ansiar.
Adeilton, 1999
Nenhum comentário:
Postar um comentário