sexta-feira, 18 de julho de 2014

LAÇOS E RAÍZES

LAÇOS E RAÍZES

D’árvore profundeza escondida;
Nó e firmeza das cordas díspares,
Atração do diviso fragmento,
Apego transado, pedaços amarrados,
Atado, decidido, jamais partido.
Cadeado cujas esquecidas chaves
Por mim não serão lembradas,
Portas escancaradas passageiras.
Fechou-se minha sorte
Em cova cuja morte:
Amizade copas altaneiras,
Volta célere ansiada.
Janela em tênues brisas.
Madrugada orvalhada,
Teu som em mim frisa
Intimidade e apego a despedida exige,
A amizade sempre exclusiva,
As pessoas, porém sempre livre.
Saudades pinceladas
Em mim grandes camadas.
De teu assento a parada;
De meu pouso ninho ligeiro.
O teu olhar matreiro
D’uma piscada sutil
Meu laço de novo se partiu.
Posso partir e vou talvez
Levando tudo o que ficou;
Aqui deixo os meus passos
Mas volto pra conservar meu rastro.
Caminho aberto não se fecha,
Estradas correntes transeuntes,
juntos trilhamos o mesmo fio,
Preso no mesmo lastro,
Guiados pela mesma seta.
Que tu Cristo, nos juntes
Um ao outro ele nos cingiu.
(Adeilton, 17.10.01)

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